Pessoal, o meu objetivo
com este blog é expor minha experiência com a varicocele. Tive diversas dúvidas
e através de pesquisas na internet fiquei bem e mal informado ao mesmo tempo. O
fato é que, para quem estiver passando pelo mesmo problema que passei, com
certeza as informações por mim acumuladas poderão ser bastante úteis.
Primeiramente, veja o que
é varicocele neste artigo postado em 2009*:
*Obs.: o artigo do link acima explica muito bem o que é varicocele, mas, por ser antigo (2009), não informa sobre o melhor e mais novo tratamento até então para a doença: a técnica de microcirurgia.
Como começou
Já quando eu tinha aproximadamente
11 anos, percebia que havia uma diferença entre os volumes dos testículos
direito e esquerdo (na verdade não eram os testículos, e sim as veias que
faziam com que o volume fosse maior do lado esquerdo). No entanto, não sentia
dor.
Eu tinha muito medo de ser
algum tipo de hérnia, mas não falava nada aos meus pais porque eu sempre tinha
muito medo de injeção, cirurgia, hospital... De qualquer forma, não havia dor
alguma.
Aos 18 anos, o volume do
lado esquerdo da bolsa escrotal já era bem maior do que o lado direito e eu
comecei a sentir dores no testículo esquerdo. A sensação quando eu tocava na
região era de que havia algo lá dentro. A dor incomodava muito!
A primeira consulta
Eu sempre morei em cidades
pequenas. Nessa época, eu morava em uma cidadezinha de cerca de 25 mil
habitantes. Os médicos de lá não eram muito bons. Então resolvi marcar uma
consulta na capital (Goiânia). Eu não sabia qual era o meu problema. Após
pesquisar muito na internet, eu já estava com quase absoluta certeza de que eu
tinha hérnia.
A dor era um problema.
Senti dor por mais de uma semana. Mas, antes de ir ao médico, eu descobri uma
forma de controlá-la: bastava eu utilizar cuecas apertadas. As cuecas folgadas
deixavam a bolsa escrotal suspensa e, com isso, dava a impressão de que as
veias esticavam, causando dor.
A consulta com o médico
urologista, inteiramente particular, em Goiânia custou R$80,00 em 2010. Fui
diagnosticado com varicocele bilateral, onde do lado esquerdo era grau III e do
lado direito era grau I. Para ter certeza do diagnóstico, ele pediu que eu
fizesse um exame de ultra som, que custou R$70,00. O médico verificou o
resultado do exame e concluiu que realmente se tratava de varicocele.
Perguntei se era grave e
ele me disse que não. Mas tinha que tratar, pois eu poderia ficar infértil.
Como eu sabia que o tratamento é cirúrgico e que não existe outro tratamento
que não seja cirúrgico, meu medo me fez fugir do tratamento, ou seja, deixei
pra lá (não aconselho que façam isso, comentarei mais adiante o porquê).
Claro que eu não queria
ficar infértil, mas eu estava com medo. A dor eu já havia controlado utilizando
cuecas apertadas. Uma cirurgia particular talvez não caberia no meu orçamento.
Pelo SUS é “gratuito”, mas eu estudava e trabalhava, não podia largar isso em
uma data qualquer (se você pode pagar, tem uma técnica menos dolosa,
recuperação mais rápida e com melhores resultados, comentarei mais adiante).
Três anos depois
Em 2012 terminei meu
namoro de alguns anos. Não foi muito trágico, apesar de eu ter sofrido um
pouco. Fiquei 8 meses sem sexo.
Em fevereiro de 2013 tive
um casinho com uma amiga. Fomos ao motel e, para minha surpresa, meu
instrumento não funcionou direito! Depois de tentar por uns 15 minutos tivermos
a relação, mas não foi nada agradável.
Fiz uma pesquisa na
internet e vi que varicocele pode diminuir os níveis de testosterona devido ao
dano causado aos testículos. A diminuição da testosterona, por sua vez, causa a
diminuição do apetite sexual. Daí comecei a ficar preocupado (Esse não foi o
meu caso, meus níveis estão normais).
Duas semanas depois chamei
a mesma amiga para irmos novamente ao motel. Tive o mesmo problema novamente!
Uma semana depois,
reencontrei uma amiga dos tempos de escola. Nos apaixonamos e começamos a
namorar. Aí veio o desespero. Eu não podia tentar com ela, pois seria trágico!
A segunda consulta
Pesquisei muito na
internet sobre o assunto e encontrei que a melhor técnica cirúrgica para a
varicocele é a microcirurgia (feita com o auxílio de microscópio ou lupa), em
que o corte é de menos que 2cm, o risco de complicações e reincidência (volta
do problema) é baixo.
Pesquisei sobre quais
médicos eram aptos a realizar esse tipo de cirurgia em Goiânia. Não foi fácil
encontrar, pois essas informações não estão facilmente disponíveis na internet.
Poucos médicos postam essas coisas na rede. Enfim, encontrei um médico.
Liguei nos hospitais em que
esse médico atende e os preços eram R$250,00 em um hospital e R$300,00 em
outro. Como eu havia juntado dinheiro durante esses anos, isso não foi um
problema, apesar de a dó de gastar ser grande.
Levei todos os exames para o
médico e tive uma conversa com ele. Perguntei se ele realizava o procedimento
de microcirurgia de varicocele e quanto custava todo o tratamento. Ele me
informou que o tratamento com internação em apartamento (quarto com banheiro e
direito a acompanhantes) ficaria em R$4.800,00.
Eu tinha quase toda a grana.
Como estava desesperado, nem tive mais dó de gastar. Não marquei na hora, pois
eu tinha que pensar e me organizar. Falei para o médico “vou ver quando posso e
então ligo para marcar”. Ele me deu o telefone da secretária dele e fui embora.
Eu não falei nada sobre o meu problema de disfunção erétil. Achei que após a
cirurgia de varicocele, tudo ficaria normal como antes.
Pesquisei sobre a cirurgia e
descobri que o tipo de anestesia é a raquianestesia (a mesma utilizada em
mulheres que vão dar a luz). Pesquisei e vi que esse tipo de anestesia pode
causar uma dor de cabeça terrível que pode durar dias. Dizem que você não pode
levantar a cabeça porque, se levantar, o risco de ter essa dor é maior. Essa
anestesia é aplicada nas costas, na região lombar (não foi ruim, detalharei
mais adiante). Vi na internet que é bom você urinar antes de ir para o centro
cirúrgico, pois se a anestesia demorar para passar e a bexiga ficar muito
cheia, você precisará urinar por meio de uma sonda (isso me deu medo no dia).
A cirurgia foi marcada. Fui
para o hospital numa sexta-feira, 5 da manhã. Entreguei um cheque na recepção e
fui encaminhado para o apartamento. Eu já havia feito a depilação em casa. Uma
enfermeira me levou uma roupa daquelas de hospital e então vesti. Por volta das
6 da manhã, me levaram na maca para o centro cirúrgico. Chegando lá, colocaram
aquele negócio com soro em meu braço. Depois de um tempo, chegou uma pessoa e
colocou algo no soro que me fez dormir rapidamente.
Ao acordar, eu não conseguia
mexer as pernas. Estavam dormentes por causa da anestesia (que eu nem vi quando
foi aplicada, pois estava dormindo). Quando viram que eu estava acordado, me
levaram de volta para o apartamento. Eu achei estranho porque foi muito
tranqüilo. Eu dormi e quando acordei já estava feito!
O corte de um lado não
estava doendo. Do outro tinha uma pequena dorzinha. Eu tinha muito cuidado para
não levantar a cabeça por causa do risco da dor de cabeça terrível causada pela
anestesia.
No fim da tarde estava com
muita vontade de urinar. Eu ainda não tinha levantado da cama. Só levantei
mesmo no dia seguinte para ir embora. Uma coisa que percebi é que eu estava
tendo ereções mesmo sem querer (fiquei feliz). Para urinar, a enfermeira dá um recipiente
de alumínio apelidado de “compadre”. Achei engraçado eles chamarem isso assim.
Tentei utilizar o tal “compadre”, mas eu não conseguia urinar. Mesmo fazendo
força, não saía nada! Isso eram 4 da tarde. Depois de tentar, desisti e deixei
para tentar mais tarde. Às 5:30 voltei a tentar novamente, pois eu já não aguentava mais. Eu tentava mas não conseguia. Eu estava com medo de precisar
usar a sonda, pois me parece desconfortável (eu nem sabia como era, mas não
queria usar). Eu não tenho ideia de quanto tempo eu fiquei tentando, mas lembro
que foi muito tempo. No fim das contas eu consegui!
No dia seguinte tive alta (a
internação é de apenas 24 horas). Voltei uma semana depois para retirar os
pontos. O médico me passou vitamina C e vitamina E por 3 meses. O apetite
sexual estava extremamente alto, porém, após o primeiro mês, isso foi
diminuindo gradativamente. Com dois meses eu já estava tendo problemas de
ereção novamente.
A terceira consulta
Após os 3 meses tomando
vitamina C e vitamina E voltei ao médico. Dessa vez eu disse para a secretária
que eu já era cliente e ela me cobrou menos pela consulta, que passou de
R$250,00 para R$200,00.
Meu espermograma (custou R$40,00
e saiu no mesmo dia), antes da cirurgia estava em 3.500 e após a cirurgia subiu
para 19.000. Falei com o médico sobre os problemas de ereção. Contei toda a
história. Levei também um exame de testosterona livre e testosterona total (os
dois juntos custaram R$80,00). Ele ouviu tudo, olhou os exames e me disse que o
meu problema é psicológico. Os níveis de testosterona estavam OK. Receitou-me,
então, Ciallis diário por um mês (segundo ele, apenas para aumentar a minha auto-estima).
Ciallis diário é algo como
Viagra em concentração baixa, porém, para uso diário e sem a necessidade de ser
imediatamente antes da relação sexual. Ele deve ser tomado todos os dias nos
mesmos horários e, então, o homem fica “pronto” a qualquer hora do dia ou da
noite. É um remédio caro, custa cerca de R$270,00. Mas fazendo um cadastro super
simples no site do fabricante, obtém-se um desconto de até 55%. Assim, eu fiz
um cadastro rapidinho e paguei R$147,00 na caixa com 28 comprimidos.
Conclusão
Hoje estou ótimo. Dos 28 comprimidos de Ciallis eu tomei apenas uns 6 e pronto. Não precisei mais. Quando fui ter minha primeira relação sexual após esse pesadelo, eu nem tomei Ciallis. Estava tudo bem. Era apenas psicológico mesmo.
Informações adicionais:
Tenho 22 anos
Não fumo
Não bebo
Sou magro
Pratico atividades físicas
marcos_cien.soc@hotmail.com
Obs.: Caso tenha dúvidas, mande-me um e-mail... Mas eu não abro muito a caixa de entrada do e-mail acima, por isso, posso demorar até uns 20 dias para responder!